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Como o hábito de reclamar afeta a sua saúde mental


Foto: Reprodução internet


O hábito de reclamar não é muito saudável para a saúde da mente e a do corpo. Além disso, pessoas “reclamonas” afastam amigos e familiares e perdem oportunidades de formar novos vínculos afetivos em razão de sua negatividade.


Todavia, o ato de reclamar é mais complexo do que se imagina. Ele é motivado por diversos fatores, não somente pelo desejo de autoexpressão.


Por que as pessoas reclamam?

A reclamação não é necessariamente ruim, embora geralmente aconteça em meio a uma situação desagradável. O estresse do dia a dia, a raiva oriunda de um conflito e a indignação que nasce de uma injustiça impulsionam a reclamação.


Uma vez que o sentimento ruim é jogado para fora, contudo, ele perde a força e o acontecimento deixa de incomodar.


Outros fatores também estão envolvidos no ato de reclamar, como a personalidade. Há pessoas que se sentem à vontade para fazer reclamações sobre praticamente tudo enquanto outras guardam seus sentimentos para si.


Do mesmo modo, pessoas reclamonas costumam ser controladoras. Quando percebem que não possuem tanto controle quanto gostariam, reclamam. Sentem-se injustiçadas, portanto, expressam a sua insatisfação acerca de um ocorrido ou de um indivíduo específico.


Reclamar é uma forma de expressão bastante humana. Em pequenas medidas, não há nada de errado em desabafar o seu desconforto. Este ato somente é considerado problemático quando se torna um hábito.


O reclamão crônico parece nunca estar totalmente contente e gosta de encontrar motivos para se irritar. Ele se incomoda com coisas insignificantes, apontando erros e defeitos com indignação.


É também aquela pessoa que “joga um balde de água fria” nas ideias dos outros, conseguindo interferir em seu entusiasmo. Com o tempo, amigos, familiares e conhecidos se afastam do reclamão crônico em razão de seu perpétuo pessimismo.


Como a reclamação afeta a saúde da mente?

Pessoas felizes reclamam menos. Isso porque elas somente expressam indignação quando extremamente necessário.


Um artigo no Psychology Today afirma que indivíduos contentes reclamam com um objetivo específico em mente, ou seja, quando sabem que suas palavras estimularão uma mudança. Se o ato de reclamar não se demonstrar útil em uma determinada ocasião, elas modificam a sua estratégia para a ação.


Reclamões crônicos não possuem a mesma mentalidade.


Eles só pensam em expressar os sentimentos negativos presos em seu interior. Não raciocinam o hábito de reclamar, por isso, não percebem que somente falar não fará o objeto de sua insatisfação desaparecer.


Reclamar em demasia afeta a saúde mental de modo negativo das seguintes maneiras:

  • Aumenta os níveis de cortisol no organismo: o hormônio do estresse se eleva a cada nova reclamação. Níveis elevados de cortisol ocasionam uma série de problemas graves, como hipertensão, insônia, AVC e ataque cardíaco. Além disso, causa uma sensação constante de desconforto.

  • Prejudica a memória: estudos revelam que reclamar em excesso afeta o hipocampo, região do cérebro conhecida como a “sede da memória”. Consequentemente, quem reclama muito começa a ter dificuldades para se lembrar de eventos.

  • Estimula pensamentos negativos: o hábito de reclamar origina o hábito de somente enxergar o lado negativo de cada momento e indivíduo. Toda vez que você reclama, o seu cérebro se reajusta para acomodar a ação, facilitando a sua reincidência. Logo, os pensamentos negativos que se originam da reclamação tendem a crescer a cada nova expressão desnecessária de insatisfação.

  • Deixa o corpo fatigado: o aumento do estresse, a indisposição causada pela insônia e o desânimo originado dos pensamentos negativos também afetam a saúde corpo. Quem reclama em demasia fica com o corpo fatigado mais rapidamente. O cansaço é constante e interfere no seu aproveitamento do dia a dia.

  • Reduz o amor-próprio: o hábito de reclamar coloca você em uma posição desfavorável consigo mesmo. Em vez de pensar em modos de melhorar a situação e, por conseguinte, as emoções desagradáveis atreladas a ela, você fica estagnado. A sua incapacidade de resolver situações problemáticas (de acordo com a sua própria perspectiva) aumenta o sentimento de aversão por si mesmo. Afinal, por que você não consegue solucionar algo tão simples? Será que você não é o problema?

A reclamação pode ser sinal de problema psicológico?


Além dos fatores mencionados, a reclamação pode indicar a existência de um problema psicológico. Reclamações constantes, pessimismo, pensamentos negativos e falta de autoestima também são sintomas de depressão e ansiedade.

Outra condição que está associada a estados de humor alterados, propícios para reclamações, é a ciclotimia. Similar ao transtorno de bipolaridade, consiste em oscilações de humor. A pessoa alterna entre depressão, hipomania (caracterizada por bom humor anormal e euforia) e distimia (caracterizada por mau humor e irritabilidade).


A intensidade das mudanças de humor difere das ocorridas no transtorno de bipolaridade, mas ainda prejudicam o dia a dia da pessoa. A reclamação é um sintoma comum das fases depressivas e distímicas.


Como diferenciar o hábito de reclamar de um sintoma de uma condição psicológica não é simples, o ideal é buscar um psicólogo para fazer uma avaliação completa, bem como ter ciência dos tratamentos possíveis.


Como combater o hábito de reclamar?


Psicólogos afirmam que é preciso substituir o hábito de reclamar por um mais saudável ou fazer a sua ressignificação para acabar com ele. Esse processo, é claro, não é fácil e implica em mudanças comportamentais e de padrões de pensamento.


O reclamão crônico precisa compreender que a reclamação não é útil. Reclamar não o deixa feliz nem o ajuda a solucionar problemas. O entendimento dos motivadores do hábito de reclamar abre um caminho para a sua redução e consequente eliminação.


Abaixo, veja como dar fim a esse hábito nocivo para a saúde mental.


1. Pense antes de reclamar

Quando a vontade de reclamar surgir ou após ter feito uma reclamação inconscientemente, reflita sobre o objetivo por trás dela.


Reclamar vai ajudar a situação? Vai deixá-lo mais feliz ou conservar o seu bem-estar? Vai reduzir o humor das pessoas a sua volta? Essas questões devem ser consideradas sempre que uma reclamação for feita.


As primeiras tentativas desse exercício podem ser falhas. Mesmo recorrendo ao raciocínio lógico, você pode acabar reclamando sem perceber. Com a prática, contudo, ficará cada vez mais fácil refletir sobre a necessidade de reclamar antes que as palavras lhe escapem.


2. Escolha uma forma mais saudável de expressar insatisfação


Troque o hábito de reclamar por outro mais saudável! Lembre-se que o reclamão crônico raramente consegue concretizar alguma coisa. Então, pense em formas positivas de lidar com a situação desagradável.


Tomar uma atitude sobre o que está lhe incomodando é uma delas. Entretanto, nem sempre temos o poder para modificar acontecimentos, certo? Em casos assim, o melhor a fazer é focar em algo mais positivo e se esquecer do problema momentaneamente.


Outra forma de modificar a perspectiva sobre o ocorrido ou um indivíduo específico é brincar de encontrar os aspectos positivos escondidos neles.


3. Pratique a gratidão no dia a dia


A gratidão tem o efeito contrário da reclamação. Ela eleva o humor, combate a superprodução de cortisol, aumenta a sua felicidade e aproxima pessoas umas das outras.


Ao agradecer pelo que há de bom em sua vida, sua mentalidade e autopercepção passam por uma transformação. Então, faça uma lista diária de pelo menos cinco elementos pelos quais você é grato.


A cada dia faça uma análise de como se sente após o exercício de gratidão e pergunte-se como você prefere encarar a vida: reclamando ou sendo grato.


4. Compreenda que não é possível controlar todas as situações


Pessoas controladoras sofrem para compreender que não possuem o poder para controlar todos os eventos e pessoas a sua volta. O controle não está somente ligado a necessidade de saber de tudo ou de não encontrar surpresas.


A postura controladora pode ser resultado de experiências negativas durante a infância e a adolescência, as quais afetaram a autoimagem da pessoa.


Para descobrir com exatidão o que motiva o controle e, consequentemente, as reclamações, procure ajuda psicológica. Somente ao trabalhar os sentimentos e as lembranças envolvidos nesta necessidade irracional será possível abrir mão do controle.


5. Aja!


Em vez de reclamar, aja!


Avalie a situação por múltiplos ângulos e reflita como você pode contribuir para a sua solução ou aprimoramento. Não fique a mercê de emoções que enchem a sua cabeça com reclamações infrutíferas. Livre-se delas através da ação. É muito melhor tomar uma atitude a esperar que alguém ou alguma coisa alivie o seu sofrimento. Você pode não obter sucesso com suas ações, mas, pelo menos, fez algo produtivo.

* https://www.psicologosberrini.com.br/

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