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  • Foto do escritorJornal Esporte e Saúde

Macaé: 'Por uma Educação Antirracista' celebra início do ano letivo com presença de Djamila Ribeiro

Educação distribui maletas de livros para todos os alunos da rede municipal, adequados para cada faixa etária


Promover a conscientização, consolidando a educação antirracista nas escolas com apresentações artísticas e culturais que comemoram o início do ano letivo em Macaé. Esse é o objetivo da programação do evento “Por uma Educação Antirracista”, iniciado nesta quarta-feira (21) e que vai até quinta-feira (22) no espaço montado na Avenida Elias Agostinho, em Imbetiba. A feminista, escritora e acadêmica brasileira, Djamila Ribeiro, participou de roda de conversa após a abertura, que teve uma entrega simbólica de maleta cheia de livros para o aluno Artur Cruz Lacerda, do quarto ano da Escola Municipal Dolores Garcia e Vitor Cruz Lacerda, do sexto ano da Escola Municipal Maria Letícia dos Santos Carvalho.



A secretária de Educação, Leandra Lopes, informou que todos os alunos e professores da rede municipal estão recebendo uma maleta e que cada uma possui títulos adequados à faixa etária de cada nível de escolaridade. Para o 1º ano do Ensino Fundamental, por exemplo, serão histórias como "A fantástica viagem de Okiké", "O macaquinho de nariz vermelho", "BU!", "Sonhos de um morcego", "Tiê", "Barco a vela ", "Um livro em branco", "Mitaí conta até dez" e "Lunar". Com uma seleção diversificada, os alunos poderão se aventurar em diferentes universos literários.


- Entregamos a maleta para iniciar o ano letivo com livros porque trabalhar a política antirracista tem muito a ver com leitura. Estão sendo distribuídos sete mil livros de Djamila aos profissionais aqui no evento para que o servidor seja um multiplicador das políticas antirracistas. Quando falamos de leitura, falamos do trabalho de leitura na escola, leitura para o servidor e leitura com a cultura. Trabalhar com obras da Djamila é trabalhar a cultura – definiu a secretária.


Leandra detalhou práticas antirracistas adotadas na rede municipal como o Nutriafro.



“O programa torna obrigatório mensalmente no cardápio da alimentação das unidades da rede municipal de ensino, gêneros que fazem referência às alimentações dos povos originários”, explicou. O Nutriafro foi elogiado pela filósofa Djamila.




Dentre os livros que serão entregues na maleta dos primeiros segmentos da EJA, destacam-se obras como “Lunar”; “O livro dos chás”; “Quem ri por última rima melhor”; “Sr. Gentil" e "Tiê".


A mãe Monique Ribeiro foi ao evento com o filho Bernardo, aluno da Escola Municipal Eda Moreira Daflon.


“Sou mulher preta, minha família é formada por três pessoas, eu, meu filho e minha filha, a luta da mulher negra é muito grande, tivemos muitas conquistas, mas temos muito a avanço”, afirmou.



Outro exemplo de maleta é do 7º ano do Ensino Fundamental, em que os alunos terão a oportunidade de mergulhar em diversas viagens literárias por meio dos livros: "O outro lado da galáxia"; "Ana Bola e outras histórias quentes"; “O destino do lobo”; "Jegue não é burro" e por fim, "Zé Perri: a passagem do pequeno príncipe pelo Brasil".


“É importante quando a gente fala de educação antirracista, compreender que a gente está falando de um problema que é da sociedade brasileira. Quando a gente fala de trazer sistemas dentro da sala de aula, a gente não está falando de ideologia a ou b, a gente tá falando de um tema que diz respeito à nossa construção enquanto país”, avaliou.



Djamila Ribeiro promove discussões sobre racismo, gênero e sociedade


No evento, Djamila Ribeiro falou sobre questões raciais, de gênero e sociais, ampliando o debate e promovendo a conscientização. A autora falou sobre seu livro “Pequeno Manual Antirracista”, uma obra importante para a compreensão e enfrentamento do racismo estrutural e que foi distribuído no evento.


A filósofa levou uma apresentação mas preferiu falar livremente. Iniciou citando Lélia Gonzalez e destacou que o Brasil, durante quase quatro séculos, manteve a escravidão.


“O Brasil teve mais tempo de escravidão do que de não escravidão. O que isso significa? Significa dizer que falar de antirracismo não é problema da população negra, mas de toda a sociedade brasileira”, ressaltou que para entender a importância da política da diversidade é preciso discutir desigualdades.


Djamila Ribeiro abriu o diálogo com o público, convidando toda a comunidade escolar a se posicionar e a se comprometer com a luta antirracista em seu cotidiano. Com uma abordagem didática e acessível, Djamila ofereceu reflexões e ferramentas para que todos possam contribuir na construção de um mundo mais justo e igualitário. Utilizando sua experiência pessoal e seu conhecimento acadêmico, o autor abordou o racismo em suas diversas manifestações e ofereceu orientações práticas para a promoção da igualdade racial.


Publicado em 2019, “Pequeno Manual Antirracista” se tornou um importante editorial, despertando grande interesse e sendo amplamente debatido em diferentes meios. O livro é dividido em capítulos que exploram temas como branquitude, silenciamento, violência, protagonismo negro, colonialismo e poder.


Ao longo da obra, Djamila convida o leitor a refletir sobre suas próprias privilégios e ações, estimulando uma postura ativa na luta antirracista. Desafiando estereótipos, desconstruindo ideias preconceituosas e oferecendo alternativas para a construção de relações mais igualitárias e respeitosas.


A programação completa do primeiro dia de programação inclui apresentação de Jongo com o Grupo de estudos de Jongo com Mestre Dengo; Momento Cultural com Cida Garcia no palco e Momento cultural com Max Badauê no palco.


Participaram do evento a vereadora Iza Vicente, a Secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Zoraia Braz e população em geral.


* Texto: Jornalista Janira Braga / Fotos: Rui Porto Filho / Comunicação Macaé


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