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FEMINICÍDIO NO BRASIL, RETRATO DE UMA SOCIEDADE MACHISTA

  • Foto do escritor: Jornal Esporte e Saúde
    Jornal Esporte e Saúde
  • há 23 horas
  • 2 min de leitura

A violência cotidiana que revela a face do machismo estrutural


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Mônica Braga - Jornalista, Professora e Mulher / Foto: Divulgação.


Os casos recentes de violência contra mulheres que chocaram o país não representam exceções. Pelo contrário, evidenciam um padrão trágico e persistente: o feminicídio segue como uma expressão extrema de um machismo estrutural que atravessa gerações e continua tirando vidas femininas todos os dias no Brasil.


De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), o Brasil registra mais de mil feminicídios por ano. Trata-se de um número que, além de alarmante, indica que a cada dia mulheres perdem a vida simplesmente por serem mulheres — vítimas de parceiros, ex-parceiros, familiares e diferentes formas de violência motivadas por gênero.


Especialistas apontam que o feminicídio é a etapa final de um ciclo de agressões que, muitas vezes, começa de forma silenciosa. A violência psicológica, o controle, o isolamento e as ameaças são sinais frequentes que antecedem a agressão física e, em muitos casos, a morte. Mesmo com a Lei Maria da Penha e o reconhecimento do feminicídio como crime hediondo desde 2015, o enfrentamento ainda enfrenta desafios.


Entre esses desafios estão a subnotificação, a dificuldade de acesso a redes de apoio, a falta de estrutura em delegacias especializadas e a persistência de padrões culturais que normalizam a violência masculina como forma de controle. Organizações que atuam na defesa de direitos das mulheres reforçam que transformar esse cenário exige políticas públicas contínuas, investimento em prevenção, acolhimento adequado e ações educativas que desconstruam estereótipos de gênero desde a infância.


Enquanto o país convive com estatísticas tão altas, os casos que ganham repercussão nacional funcionam como alerta, mas também lembram que há inúmeras vítimas invisíveis — mulheres que sofrem sem apoio, sem proteção e sem voz.


O feminicídio não é um fenômeno isolado, e sim o retrato profundo de um problema social que segue vivo: o machismo que insiste em ditar quem tem direito à liberdade, ao corpo e à vida.


* Jornalista Mônica Braga.

 
 
 
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