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  • Foto do escritorJornal Esporte e Saúde

Dia do Trabalhador


Mônica Braga é jornalista, professora e poeta.

Na foto, junto com o também jornalista e professor José Silva, cobertura de eventos.


Mônica Braga


Confesso que acordei com uma preguiça "woodyalleana" achando que o trabalho é uma invasão da nossa privacidade. Pensei em profissões e conceitos duplamente definidos. Pensei também sobre a vida.... acho literalmente que a vida para o trabalhador se resume a dois períodos de recreio e 40 anos de trabalho... nossa! o que faço no meu recreio? Filhos? Um chopinho? Furto sorrisos sinceros da minha prole (pois o meu anda meio perdido talvez, ou emprestado -se servir- à minha irmã do tempo de Hércules, forte como uma rocha)? Leio as crônicas de José Cunha Filho, inventor do "ventre moniquiano", que já me emocionou com tantas elas e continua (sem falar no amor incondicional pela minha filha)? Jogo buraco e conversa fora com o meu pai para disfarçar algumas dores e lágrimas que ele também disfarça? Esse é o meu RECREIO! Ah, gosto também de ouvir Chico, Bethânia e Vinícius... eis o meu recreio.


Dia do Trabalho? Dia do Trabalhador? Que importa? Somos feitos de "Domingos", 24h, mais um domingo de descanso para o trabalhador. Ouvi, há algumas primaveras, um amigo de Faculdade mencionar que temos que descobrir o que gostamos de fazer e arrumar alguém para nos pagar por isso... apenas ri! Esse amigo estava certíssimo. Faleceu aos 30 anos de infarto que, segundo familiares, decorrente de estresse do trabalho.Vítima, talvez, da escolha errada? Ou a escolha certa demais? Confesso que ele não voltou para me responder. Ganhei uma teoria que deve ter sido aceita com unanimidade, e perdi um amigo que hoje, não com toda certeza, eu diria pra ele levar o trabalho dele a sério sim, mas cuidar dele mesmo com leveza! Será que faço isso comigo? ou estou apenas voltando ao passado e mais uma teoria sem prática? sei lá... Enfim, Dia do Trabalhador, comemorações mil! Promessas também.


Mesmo com os contratempos, eu ainda sou da política de que sempre preciso fazer algo, para mim, resolve mais problemas do que algo precisa ser feito, lembro da minha tia jornalista, fotógrafa, poeta, pessoa, uma das melhores misturas de gente com gente que já conheci, Ester Carvalho, que deixou de sorrir aos 42 anos de idade, ela me explicava sobre recessão, eu tinha meus 12 anos, e esse termo não parava de ser mencionado, assim me explicou, talvez de saco cheio das minhas perguntas, "recessão, Mônica, é quando o vizinho perde o emprego, e pra rimar com depressão digo que significa quando perco o meu". Saudades da minha poeta preferida, trabalhou 42 anos pois acredito que já nasceu escrevendo e poetizando!!!


"Amou daquela vez como se fosse a última... Morreu na contramão atrapalhando o tráfego!" Ame, viva, um excesso de vez em quando é ótimo, impede que a moderação se torne um hábito, chore, sorria, leia, receitas já ditas e aqui registradas também. Faça tudo como se fosse o último dia, se não for, reinvente, tente... sempre lembrando que toda segunda-feira que não for feriado torna-se habitualmente o modo terrível de nós gastarmos 1/7 de nossa vida.


Feliz dia do Trabalhador ou do trabalho como preferir. Vou terminar parafraseando o meu amigo que viveu 30 primaveras mas com modificações sem autorização (não quero pedir autorização agora, prefiro agendar para daqui a 100 anos), Escolha um Trabalho que você Ame, assim não terá que trabalhar apenas um dia em sua vida!!!


Grande Abraço!


* Mônica Braga

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