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Análise: falta de peças, repertório e intensidade fazem Fluminense acordar do maior sonho de 2021

Equipe de Roger controla posse em Guayaquil, mas não agride Barcelona e dá adeus melancólico à Libertadores. Agora, é preciso recolher os cacos e se reinventar para Brasileiro e Copa do Brasil


A missão era difícil, e o Fluminense precisava fazer o jogo da vida nesta quinta-feira, mas o que se viu em campo foi uma equipe "morna", que não parecia vibrar na intensidade de que uma Libertadores pede. Ou melhor, exige. Se sobrou posse de bola, faltou objetividade e repertório para buscar a vaga fora de casa. Com o empate em 1 a 1 com o Barcelona de Guayaquil, no Equador, o Tricolor deu adeus ao seu maior objetivo na temporada.


Mastriani comemora gol contra o Fluminense que garantiu vaga do Barcelona de Guayaquil na semifinal da Libertadores — Foto: Dolores Ochoa-Pool/Getty Images

Após o frustrante 2 a 2 no jogo de ida, no Maracanã, o Fluminense precisava chegar ao gol para classificar às semifinais – era necessário vencer ou empatar em, no mínimo, 3 a 3; um novo 2 a 2 levaria a decisão para os pênaltis. Para isso, o pressionado Roger Machado optou por repetir a escalação do último final de semana, quando a equipe foi derrotada por 4 a 2 para o Internacional, mas com Fred no lugar de Abel Hernández.


A escalação inicial, portanto, contou com: Marcos Felipe; Samuel Xavier, Nino, Luccas Claro e Egídio; André, Martinelli, Yago e Ganso; Luiz Henrique e Fred.

Apesar das muitas reclamações pelos "três volantes" e pela manutenção de Ganso, o esquema, de fato, se mostrava interessante. Sem Caio Paulista e Gabriel Teixeira, lesionados, a já "batida" formação tricolor com os pontas não estava funcionando. Além disso, a entrada de André ajudaria a liberar Yago e deixá-lo mais próximo do pelotão da frente.


Luccas Claro e Egídio em Barcelona de Guayaquil x Fluminense — Foto: Staff Images / CONMEBOL

Com o meio de campo povoado, o Fluminense conseguiu administrar o jogo no primeiro tempo e foi para o intervalo com 72% de posse de bola, mas ainda era pouco. Pouco para quem precisava de gols. A equipe confundiu posse com efetividade.


Mesmo com a discrepância nos números, o Tricolor só criou duas chances de real perigo na primeira metade do jogo: em finalização de bicicleta de Ganso e em chute de primeira de Samuel Xavier. O Barcelona não ameaçava, mas também não sofria e era quem tinha a vaga nas mãos.

Esta, inclusive, foi a única vez na Libertadores 2021em que o Fluminense controlou a posse. No entanto, esbarrou na falta de criatividade e repertório do elenco. O excesso de passes para o lado e para trás ficaram ainda mais evidentes após as saídas forçadas de Ganso, aos 41 do primeiro tempo, e de Yago, aos 16 do segundo.


Ganso, do Fluminense, machuca pulso e sai de campo chorando — Foto: Staff Images / CONMEBOL

Com a lesão do volante, Roger se viu obrigado a voltar com o esquema de pontas: Cazares e Kayky passaram a fazer os lados, e Fred seguiu centralizado. O time, que já pouco mordia o adversário, passou a ficar ainda mais inofensivo. Não agredia e deixava o Barcelona cada vez mais perto das semifinais.


É bem verdade que a falta de peças e a "necessidade" de resgatar a formação anterior passam pelas lesões de Caio e Biel (citadas acima) e pelo planejamento na montagem do elenco, mas também tem dedo de Roger. John Kennedy e Matheus Martins foram duas das opções que viajaram para Guayaquil, mas que foram cortadas da partida – o goleiro João Lopes e o zagueiro Matheus Ferraz completaram a lista. Mas por que o treinador optou por abrir mão de dois de seus atacantes em um confronto que precisava de força ofensiva?


Roger Machado no empate entre Fluminense e Barcelona de Guayaquil, pela Libertadores — Foto: Dolores Ochoa-Pool/Getty Images

Isso não quer dizer que a responsabilidade pelo resultado desta quinta é única e exclusiva de Roger, mas é preciso admitir que a falta de variação tática pesou, assim como o repertório enxuto de jogadas. Após quase seis meses à frente do time, as justificativas não podem ser resumidas ao calendário apertado.


A melancólica eliminação do Fluminense carrega um gosto amargo de quem tinha condições de ir mais longe na Libertadores. Agora é tarde demais, e resta ao time recolher os cacos o quanto antes e já virar a chave. Há vida, apesar de difícil, na Copa do Brasil e é preciso respirar no Campeonato Brasileiro.


A delegação tricolor retorna de Guayaquil nesta sexta-feira e, fim de semana, já inicia os trabalhos para os confrontos contra o Atlético-MG: segunda, pelo Brasileirão, e quinta, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil; ambos no Rio.

* https://ge.globo.com/futebol/Por Paula Carvalho — Rio de Janeiro.

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