Foto arte: Reprodução
A data é celebrada no dia do aniversário do pintor holandês Vincent Van Gogh, que foi diagnosticado, postumamente, como provável portador do transtorno. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o transtorno afetivo bipolar atinge atualmente cerca de 140 milhões de pessoas no mundo e é considerada uma das principais causas de incapacidade.
O objetivo da celebração é chamar a atenção mundial para os transtornos bipolares, eliminar o estigma social e levar informação à população, educando e sensibilizando para a doença, que representa um desafio significativo para pacientes, profissionais de saúde, familiares e comunidade.
A causa exata do transtorno afetivo bipolar é desconhecida. No entanto, estudos sugerem que o problema pode estar associado a alterações em certas áreas do cérebro e nos níveis de vários neurotransmissores, como noradrenalina e serotonina. Esse desequilíbrio reflete uma base genética ou hereditária para o transtorno, que tem como principais características episódios depressivos alternados com episódios de euforia (também chamada de mania ou hipomania, dependendo da intensidade e da duração) e casos em que há uma mescla dos episódios depressivos com os de euforia.
Sintomas característicos da fase de euforia:
– sensação de extremo bem-estar; – aceleração do pensamento e da fala; – agitação e hiperatividade; – diminuição da necessidade de sono; – aumento da energia; – diminuição da concentração; – euforia ou irritabilidade; – desinibição; – impulsividade; – ideias de grandiosidade e sensação de “poder”.
Sintomas característicos da fase de depressão:
– alterações de apetite com perda ou ganho de peso; – humor deprimido na maior parte dos dias; – fadiga ou perda de energia; – apatia, perda de interesse ou prazer; – pensamentos recorrentes de morte ou suicídio; – agitação ou retardo psicomotor; – sentimentos de culpa ou inutilidade; – desânimo e cansaço mental; – tendência ao isolamento tanto social como familiar; – ansiedade e irritabilidade.
Diagnóstico:
O diagnóstico costuma ser bastante difícil e pode demorar em média dez anos para ser estabelecido devido a tratamentos equivocados, ausência de comunicação entre os profissionais envolvidos, desconhecimento sobre como a doença se manifesta, tanto por ser pouco conhecida quanto pela confusão dos seus sintomas com os de outros tipos de depressão, preconceito e autoestigmatização. O histórico do indivíduo é decisivo para o diagnóstico conclusivo, já que alterações de humor anteriores, episódios atuais ou passados de depressão, histórico familiar de perturbação do humor ou suicídio e ausência de resposta ao tratamento com antidepressivos alertam para o diagnóstico do transtorno bipolar.
Tratamento:
Transtorno bipolar não tem cura, mas pode ser controlado. O tratamento inclui o uso de medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, tais como o fim do consumo de substâncias psicoativas, (cafeína, anfetaminas, álcool e cocaína, por exemplo), o desenvolvimento de hábitos saudáveis de alimentação e sono e redução dos níveis de estresse.
Importância da adesão ao tratamento:
– redução das chances de recorrência de crises; – controle da evolução do transtorno; – redução das chances de suicídio; – redução da intensidade de eventuais episódios; – promoção de uma vida mais saudável.
O transtorno bipolar têm alto impacto na vida da pessoa e de seus familiares, trazendo significativo comprometimento dos aspectos sociais, ocupacionais e em outras áreas. O avanço dos medicamentos que tratam a doença diminuiu bastante o tempo que era dispendido em hospitalizações fazendo com que o tratamento domiciliar, centrado no cuidado da família e dos amigos seja de suma importância no suporte ao paciente.
A psicoterapia familiar é indicada para que pacientes e familiares consigam identificar, em suas relações cotidianas, atitudes e comportamentos que possam predispor ao desencadeamento dos sintomas. As atividades de orientação psicoeducacional, por sua vez, concorrem de forma significativa para difundir e compartilhar informações sobre a doença e seu tratamento entre todos os envolvidos.
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Fontes:
Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos do Humor (ABRATA) Blog da Saúde do Ministério da Saúde Dr. Dráuzio Varella
Divulgação:
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