Apesar da propaganda feita em torno da igualdade de gênero, Olimpíadas devem ter pelo menos 100 homens a mais; "vilões" são hipismo, tênis, natação e atletismo
Desde o anúncio do programa de provas das Olimpíadas de Paris, feito pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) há quase três anos, os organizadores dos Jogos se orgulham da previsão de igualdade entre mulheres e homens no número total de atletas. Seria um fato inédito, mas uma análise nas listas de atletas classificados mostra que isso não deve acontecer nos Jogos de Paris, como era esperado: haverá mais de 100 homens a mais que mulheres, podendo chegar até 200. Isso porque o hipismo, esporte em que homens e mulheres têm igualdade de condições, terá muito mais atletas do sexo masculino. Tênis, atletismo e natação também não conseguiram igualar os números. A lista final de atletas só será divulgada pelo COI no dia 26 de julho, podendo haver mudanças. Mas muitas modalidades já anunciaram todos os competidores.
Equipe de natação olímpica dos Estados Unidos para 2024 conta com 27 homens e 21 mulheres — Foto: Reprodução Instagram / Team USA
Na lista inicial das vagas olímpicas disponíveis, divulgada há três anos pelo COI, havia uma equidade de homens e mulheres. Nela, algumas modalidades tinham mais homens - wrestling, futebol e polo aquático - mas esses números eram balanceados por conta de duas modalidades: ginástica rítmica, que é exclusivamente feminina, e nado artístico, que este ano abriu pela primeira vez para a participação masculina, mas não teve até o momento homens classificados. Porém, algumas questões no hipismo, atletismo, natação e tênis colocam maior número de homens classificados.
Vale lembrar que, mesmo que tenham mais homens que mulheres, essa Olimpíada já é a mais perto da igualdade da história. Na última edição, em Tóquio, o número oficial foi de 11.319 atletas (maior que o esperado devido aos acréscimos de vaga nos esportes coletivos por conta da Covid 19): 5.910 homens e 5.409 mulheres. Diferença de 501 atletas, bem mais dos cerca de 150 atuais. E na delegação brasileira, o resultado é inverso: a maioria é feminina, com 153 representantes entre os 276 classificados, 55% do número total (para efeito de comparação, o índice foi de 47% em Tóquio, há três anos).
As vagas
A primeira questão é o hipismo. Ao todo, são 200 vagas para atletas, mas algumas delegações ainda não divulgaram os números finais. Nessa modalidade, homens e mulheres competem em igualdade de condições, ou seja, pelas mesmas vagas e medalhas. Assim, não existem provas masculinas de hipismo, nem provas femininas. Todas são abertas aos dois gêneros. Em levantamento do ge, serão cerca de 60 homens a mais que mulheres nesta modalidade.
Rodrigo Pessoa e Major Tom: hipismo terá maioria de atletas homens em Paris 2024; na delegação brasileira, serão sete homens, nenhuma mulher
— Foto: Divulgação Rodrigo Pessoa
No tênis, as vagas ainda estão sendo distribuídas, pois há muitas desistências de atletas bem colocados no ranking. Neste momento, há seis homens a mais que mulheres na lista final, que ainda pode ser alterada.
Nas outras modalidades, há pequenas distorções, às vezes com um número maior de homens, outras com maior quantidade de mulheres. No remo, há os timoneiros, que podem ser homens ou mulheres, independente do gênero da prova. No badminton, houve um acréscimo de dois franceses por conta de erros no ranking mundial. A delegação de Refugiados, que foi beneficiada com diversas vagas, têm mais homens que mulheres.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) só irá divulgar o número total de atletas no dia da cerimônia de abertura, 26 de julho. Até lá, a quantidade pode mudar por diversos motivos: realocações, contusões, punições por doping e alterações nas classificações de países pequenos e sem tradição. O que dificilmente irá acontecer, porém, será a igualdade total de atletas homens e mulheres.
* https://ge.globo.com/olimpiadas/Por Guilherme Costa e Marcos Guerra — São Paulo
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