Quem tem um cãozinho em casa sabe muito bem o quanto eles são amorosos, gentis e amigáveis. Desta vez, a ciência resolveu explicar por meio de estudos realizados nos últimos anos, que revelam como os hormônios, psiquismo e genética têm relação com o potencial de amar dos peludos.
Um dos avanços mais marcantes vem de estudos sobre a ocitocina, uma substância química do cérebro que cimenta os vínculos emocionais entre as pessoas, mas que, de acordo com novas evidências, também é responsável pelas relações interespécies entre cães e humanos. Não à toa, a ocitocina é popularmente conhecida como “hormônio do amor”.
Foto: Reprodução internet
Quem nunca chegou em casa depois de um belo e cansativo dia de trabalho e logo se alegrou ao ser recebido pelo filho de quatro patas à base de abraços e lambidas. Segundo o cientista Takefumi Kikusui, da Universidade de Azabu, no Japão, por trás de gestos afetuosos caninos – além da expressão de puro amor -, existe a química hormonal. Ou seja, por mais que alguém não esteja nos melhores dias, ao ter esse tipo de contato, é provável que o ânimo aumente devido à elevação dos níveis de ocitocina, que produz a sensação de “bem-estar”.
O especialista em psicologia canina e autor do livro “Cachorro é amor: porque e como seu cachorro ama você”, Clive Wynne, escreveu em sua obra novos direcionamentos sobre a sociabilidade dos cães. Ele, que antes acreditava que atribuir emoções complexas a eles era cometer o pecado do antropomorfismo – humanizar os cachorros -, passou por uma reviravolta em seu pensamento quando começou a estudar o sistema cognitivo canino.
Wynne reconheceu que o cão pode não ser o animal mais inteligente do mundo, mas ele se diverge por ser composto pela hipersociabilidade, o atributo responsável por seu temperamento gentil e amoroso – isso pode ser resultado da variação genética ocorrida pela evolução dos cães que, inevitavelmente, teve uma grande influência humana.
De acordo com um estudo de Bridgett M. vonHoldt, essa variação se deve à mutação do gene que em humanos é responsável pela Síndrome de Williams, cuja principal característica é a hipersociabilidade. Sobre o assunto, Clive Wynne diz que “o essencial para os cães, assim como para as pessoas com síndrome de Williams, é o desejo de estabelecer conexões estreitas, ter relacionamentos pessoais intensos, amar e ser amado”.
Apesar disso tudo, por mais que eles tenham essa propensão comportamental ou genética para amar e ser sociável, os humanos devem devolver todos esses sentimentos, afinal, em qualquer relação deve haver reciprocidade – e com eles não deve ser diferente.
- Por Gabriel Arruda
É Jornalista, apaixonado por pets, música e futebol. Está sempre em busca de novos desafios, justamente pela curiosidade que o toma conta. Pai de um Beagle chamado Johnny, mais conhecido como "O Destruidor".
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