O encontro é promovido todo dia 25 de cada mês \ Foto: Divulgação
Para lembrar a Redução da Mortalidade Materna (28), o Dia Laranja deste mês, realizado na última quarta-feira, trouxe como tema ‘‘Podemos reduzir a morte materna? Como?’’. O encontro foi promovido pelo Espaço Mulher Cidadã, vinculado à Secretaria de Políticas para as Mulheres.
O Dia Laranja acontece todo dia 25 de cada mês, em referência ao Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, sempre com um tema diferente. Desta vez, o evento, que voltou a ser presencial, contou com a participação da gerente de Vigilância em Saúde, Elenice Sales da Costa, apresentando dados de Macaé relacionados a morte materna, e da médica Aline Puglia, que falou sobre as formas de evitar esses óbitos. Evitável em 92% dos casos, a morte materna é uma violação dos direitos da mulher. Por definição, é o óbito de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término, causado por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela, incluindo as complicações por aborto. Dados do comitê de prevenção e controle de morte materna, infantil e fetal do município apontam a importância de investigar os números de óbitos maternos como forma de melhorar cada vez mais o serviço e assistência à mulher. ‘‘A investigação traz o benefício de identificar quais são as causas dessas mortes, não só das gestantes, mas também daquelas em idade fértil, até para sabermos se há alguma correlação com a assistência em saúde da mulher de uma maneira geral e entender quais as causas em que é preciso intervir. Ter um comitê atuante no município é importante para criar políticas públicas adequadas’’, destacou Sales. O Comitê de Mortalidade tem como objetivo identificar todos os óbitos maternos, infantis e fetais apontando medidas de intervenção para redução destas mortes e representa um instrumento de acompanhamento e avaliação permanente das políticas de assistência à mulher e à criança. No município, foi criado a partir do decreto 069 de 2 de abril de 2008. Nos últimos 10 anos, o Brasil ainda manteve níveis de mortalidade dez vezes superiores ao de países da Europa. A razão de mortalidade materna no Brasil, com dados de 2016, foi de 58 mortes para 100 mil nascidos vivos, segundo dados do DATASUS. Uma das metas previstas na Agenda 2030, estabelecida pela ONU, é a redução desse índice para menos de 70 mortes por 100 mil nascidos vivos. Segundo a OMS, cerca de 830 mulheres morrem todos os dias no mundo, devido a complicações na gravidez e no parto. A médica Aline Puglia lembrou que a mortalidade materna é um indicador de desigualdade social, visto que as principais vítimas são mulheres pobres, negras e com assistência inadequada à saúde durante a gestação e o puerpério. ‘‘É por isso que falar de morte materna é falar de um prejuízo para a sociedade como um todo, porque os filhos dessas mulheres vão perpetuar essa história de miséria e falta de acesso ao serviço de qualidade’’, pontuou. Entre os projetos elaborados pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, está o mapeamento da amamentação e do parto no município, como forma de identificar e promover acolhimento a mulheres que passaram por situações de violência obstétrica, além de capacitação junto a Secretaria de Saúde. De acordo com a secretária, Jane Roriz, a ideia é contribuir para a melhora da saúde da mulher e da criança. ‘‘A assistência que a mãe recebe reflete diretamente na saúde do bebê. Óbitos maternos são evitáveis e é preciso que haja qualidade no acolhimento e orientação durante a gravidez, no parto e após o nascimento’’, ressaltou.
* Jornalista: Cris Rosa \ Prefeitura de Macaé
Patrocinado:
コメント